Alô?
- Marina Ruperto
- 4 de out. de 2019
- 1 min de leitura

Já é tempo de ser Vejo, sinto, falo, alo Alô, ar, Lô? Testo o ouvinte Página seguinte Gosto de nemas Telefonemas Fonemas Cinemas Testo o ouvinte Página seguinte Falo da dança, mudanças Movimentanças, andanças Agitadas ou mansas As vindas, idas, Ondas, rondas Curvas ou retas Certeiras ou incertas São bem vindas. Testo o ouvinte Página seguinte Alô, a louca da lira Ouvira o lírio cantar Ou vira a ira lira Ou por-me-ei a lograr. Louca! Acha que pode escrever O que lhe bem convém? Ora, pois, posso Quem disse foi o sabiá Que se pôs a lograr Na janela ela é lá Que eu estou a pensar Penso e existo Mas persisto a duvidar Se é melhor rimar Certeiro, ou deixar o trilho Trilhar sem eixo. Nem queixo Meu negocio é me ligar Nos telefonemas Cinemas e fonemas Na tela do celular. Ai meu queixo De tanto me abaixar Mas pra que o sujeito vai se sujeitar? Eu não vou é me sujar De palavras vazias de sentido O predicado não está No próprio umbigo Mas sim no pesar. Pesa aqui, pesa acolá Que balança pesada de carregar Essa é a tonelada da palavra Que eu ousei em segurar Agora eu soltei e não vou mais parar Ave Maria cheia de graça Passa ou não passa esse verso sem graça? Alô? Chuva, sol, pomar Acende um incenso Deixa queimar Testo o ouvinte Página seguinte Tchau a rinite Volto a respirar Esse é meu ar Infinitivo infinito Ínfimo segundo Da vida, o soprar.