Senta aqui, pra eu te acalmar
- Marina Ruperto
- 25 de abr. de 2017
- 3 min de leitura

Sempre ouvi no colégio e na faculdade que a gente tem que escolher aquilo que gostamos de fazer, como profissão, e não aquilo que nos trará maior retorno financeiro. E eu não entendia porque as pessoas falavam tanto isso, uma vez que eu sempre acreditei que realmente quando você faz algo que gosta, consequentemente você terá sucesso (se correr atrás disso e etc). Mas parece que de uns tempos pra cá eu realmente estou começando a entender o porquê repetem isso exaustivamente: há muita gente por aí que vai tentar te desestimular, insistir em dizer que se você não fizer exatamente de tal maneira você não será bem sucedido. Na verdade, essas pessoas nunca se preocuparam de fato, elas fazem juízo de valor da vida alheia porque a fórmula do sucesso parece um manual de instrução pronto que alguém inventou.
Mas fala sério, quem diz isso parece que não esteve do outro lado, parece que nunca se sentiu inseguro, parece que nasceu sabendo de tudo. Sejamos mais críticos então! Não é nada mal você se sentir perdido. É natural, inclusive! Nós, jovens, filhos de uma geração que se sente cada vez menos apta, que se culpa muito, e que a cada obstáculo, cria um monstro porque se julga incapaz, nós precisamos parar para refletir...
Com certeza, o futuro é incerto por vários motivos. Mas a verdade é que não existe o futuro. Senta aqui, pra eu te acalmar: você só tem o dia de hoje. Pode parecer dramático ou até trágico, mas é a realidade. O dia está cansativo, porque você tem muitas coisas pra fazer e às vezes fica tudo tão automático que a gente nem percebe. Mas são nesses momentos, que a gente tem que desacelerar e observar. Olhar as coisas com mais malícia, sabe? O que eu estou fazendo aqui? Essa é a melhor forma de fazer isso? Será que a prova é mais importante do que a aula, já que só existe prova porque tem a aula e só existe a aula porque a gente precisa aprender algo e a gente só precisa aprender algo pra fazer aquilo bem feito e porque a gente precisa fazer aquilo bem feito? E a cada minuto surgem mais perguntas... Será que a gente não está valorizando as coisas erradas?? Que tipo de profissional queremos nos tornar? Aquele cheio de trabalhos publicados e títulos de especialista, mas que não sabe fazer um exame clínico direito ou que não consegue escutar uma pessoa quando ela fala dos seus problemas? Queremos fazer a diferença no mundo de que forma?
Às vezes, a indecisão toma conta e não sabemos o que fazer, para onde ir e começamos a escutar demais o que as pessoas falam. Em seguida, a gente cria uma falsa realidade de que não conseguiremos chegar onde nós gostaríamos. E é isso que não pode acontecer.
Desconfie do que as pessoas "andam falando por aí", pesquise, vá você mesmo buscar suas informações. Não dependa da decisão de ninguém para tomar as suas próprias. Você tem muita coisa pra fazer, não se ocupe com os anseios dos outros. Tenha seu objetivo e firme-se nele. Pare para observar constantemente se você tem feito o que é necessário para atingi-lo e siga em paz.
É um dia após o outro que a gente chega lá.