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Solitude

  • Foto do escritor: Marina Ruperto
    Marina Ruperto
  • 7 de fev. de 2017
  • 2 min de leitura

"A linguagem criou a palavra solidão para expressar a dor de estar sozinho e criou a palavra solitude para expressar a glória de estar sozinho.” (Tillich) Aquele momento em que você se encontra sozinha. Sabe? Não aquele em que você está no seu quarto, mas aquele em que você está rodeada de pessoas e se sente sozinha. Uma solitude gostosa que te faz pensar, não aquela que te deixa triste. Mas sim uma sensação boa de estar completa consiga mesmo. Como se sua companhia bastasse. Momento que dá vontade de sair andando sem rumo, olhando o céu e viajando em pensamentos. Gosto de imaginar lugares que eu nunca vi ou fui, imaginar o que as pessoas ao redor do mundo fazem nesse momento. É tudo muito louco...

Saí da festa na qual estava e fui andando absorta em meus pensamentos... Muitas vezes eu permaneço horas em silêncio apenas ouvindo. E tantas outras, eu não me calo um segundo. Eu interpreto que a cada momento da nossa vida, a gente tem que saber o minuto de ouvir e o minuto de falar.

Uma vez no ambulatório de ginecologia, eu estava conversando com uma paciente bacana e muito falante. Como permanecemos muito tempo com os pacientes esperando o professor/doutor atender outros pacientes, surge a oportunidade de uma troca de diálogos diversa. Essa era uma moça com uma personalidade forte, daquelas que fala o que pensa sem medo. Me contou um pouco sobre como se reconstituiu após muito sofrimento e me deu uma lição de vida. Depois de um tempo falando sem parar, ela me perguntou: você é sempre assim calada? (Eu pensei comigo: mal sabe ela haha). A resposta mais apropriada que encontrei foi: às vezes eu sinto que tenho mais para ouvir do que falar.

Depois eu fiquei refletindo sobre isso... Alguns instantes de nossas vidas, nós temos de nos calar para ouvir o outro, principalmente quando esta pessoa tem mais experiência do que nós. A barra que aquela moça sofreu na vida e como ela construiu uma vida inteiramente nova é uma lição. Me faz pensar quão privilegiada eu sou em tantos aspectos. E por aí vai.

Assim como aquela mulher forte tinha algo pra me ensinar, em algum momento, eu terei algo a ensinar para alguém. E perceber esses momentos exige uma certa sensibilidade. Tem pessoas que precisam da tua palavra de conforto, de incentivo ou apenas tua presença e teu silêncio.

Ou, eventualmente, você só necessita de um tempo sozinha pra se calar com o mundo e falar consigo mesma. E isso também é gostoso, tanto quanto estar entre amigos. Temos que apreciar nossa companhia para sermos uma boa companhia também.

Absorta em meus pensamentos, saí andando, depois sentei no meio fio e olhei para o céu. E ali eu fiquei escrevendo algumas palavras. Depois fui pra casa, arrumei meu quarto mesmo morrendo de sono, tomei uma água e comi algo. E assim eu zerei o dia.


 
 
 

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Marina Ruperto Mallosto das Chagas

Médica  amante da arte e filosofia;

Libriana do riso frouxo  e cabeça nas nuvens. 

Em alto mar é mais do que um lugar, uma ideia ou uma forma de viver.

É  a busca, o renascer, o sentido e o sentimento.

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